quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Weizenbier ou Weissbier caseira

Ontem, terça-feira dia 24, seria mais um dia do encontro dos pais, mas infelizmente o Alisson deu pra trás. Teve um compromisso do trabalho não pode comparecer na nossa tão estimada noite de bebedeira degustação de chopp . Então decidi ir na casa de outro brother experimentar sua nova invenção. 
Este brother que vos falo se chama Cassiano Bonin. Recentemente ele se interessou pela fabricação de cerveja e buscou estudar um pouco sobre o assunto. Como ele mesmo disse, não é uma pessoa que já tomou muitos tipos de cerveja, mas tem uma preferência por cervejas de trigo. Seu objetivo nessa primeira leva era reduzir o custo em relação a compra de cervejas no comércio. Por isso ele resolveu fabricar sua própria cerveja usando o mínimo de equipamento necessário. Segundo ele, o gasto somando o preço da matéria-prima da cerveja (maltes, fermento e lúpulo) e a compra de um mínimo de equipamentos foi de 300 reais. A panela de inox que ele utilizou para produzir o mostro foi emprestada. O termômetro utilizado foi um sensor de temperatura de um multímetro utilizado por profissionais da área de eletro-eletrônica (área em que nós dois estamos inseridos diariamente). A água utilizada, segundo ele, foi tirada das torneiras de sua cidade natal, Mirim Doce, devidamente fervida, claro! Inclusive toda a produção desta cerveja foi feita lá, na casa do seus pais com a ajuda do seu pai. O fermentador (foto abaixo) foi uma bombona de água de 20 litros (feita de plástico) com uma torneira adaptada na parte inferior para facilitar a retirada do líquido para o envazamento e um Airlock no bico da bombona pra permitir a saída do gás produzido na fermentação e evitar a entrada de ar para não contaminar a cerveja. 



No envasamento da garrafa ele utilizou um mangueira com uma válvula que serve também bombear o líquido diretamente para a garrafa. Já na garrafa ele adicionou o açúcar para produzir a carbonatação final, mas, curiosamente, ele não adicionou diretamente o açúcar. Segundo ele, para não correr risco de contaminação ele diluiu a quantidade de açúcar suficiente para os mais de 16 litros de cerveja do fermentador com um pouco de água e ferveu para matar qualquer bactéria residual e, no final, com a ajuda de uma seringa inseriu a solução aquosa (quase na consistência do mel) na cerveja. Segundo os seus cálculos a proporção de açúcar por litro de cerveja ficou entre de 5 gramas a 9 gramas. Abaixo segue uma foto que ele me forneceu de algumas garrafas após o envasamento. 



A higienização de todos os equipamentos (panela, fermentador, mangueiras, garrafas...) foi feita com sanitizante a base de iodo.
Ao fim do processo de maturação, ele chegou numa cerveja que ele disse ser de trigo, porém sua receita foi utilizar mais malte de cevada do que de trigo. Segundo ele, a proporção foi de 60% de cevada e 40% de trigo. Perguntei pra ele, já que estava querendo fazer uma cerveja de trigo, porque utilizou menos trigo? A resposta foi curta e direta: custo-benefício! O malte de trigo tá bem mais caro que o de cevada. E, como já relatei anteriormente, ele quis investir o mínimo possível nesta primeira leva de cerveja produzida por ele mesmo. 
Além do malte, ele utilizou o lúpulo Tettnang Tettnanger em pellet que é de origem alemã e vem de uma linhagem de variedade germânica tradicional selecionada e cultivada em área de mesmo nome (Tettnang). A foto abaixo mostra o envelope do lúpulo que ele utilizou.


E abaixo o gráfico do perfil deste lúpúlo (fonte: http://loja.weconsultoria.com.br/lupulo-tettnang-tettnanger-em-pellet-p70/).


E, por último, o outro ingrediente utilizado foi o fermento do tipo WB-06, levedura Ale (alta fermentação) alemã utilizada em produções de cervejas de trigo.

Degustando a cerveja

Fui degustar esta cerveja na casa do Cassiano, junto com a minha mulher e minha filha. Fomos muito bem recebidos por sua esposa, Flávia, e seu filho de 3 anos, Victor Hugo, que estava numa farra só brincando junto com uma amiguinha, filha da vizinha deles, de idade semelhante. 
Neste momento deixamos as mulheres conversando e cuidando das crianças. Um fato curioso, foi o Victor, com 3 aninhos, já mandando uma cantada pra minha filha.... kkkkkkkkk... Tô ferrado!!!  rsrsrs :P ... Mas, enfim, pelo menos o menino reconheceu a beleza da minha filha! :D (Y)
A foto abaixo mostra o momento das crianças brincando e o momento inocente do Victor dando um pedacinho de pizza pra Serena e minha mulher correndo pra tirar da boca dela kkkkkkkkkkkkkk :P ... Crianças tem que estar sempre de olho!!!!



Mas voltando ao que interessa...


Cerveja: Cassiano's Weissbier
Cervejaria: Casa dos pais de Cassiano
Fabricação: Brasil – Mirim Doce/SC
Estilo: Weizen
Teor alcoólico: não informado
Ingredientes (rótulo): Água, malte de cevada, malte de trigo, lúpulo Tettnanger e fermento WB-06
Volume: garrafa de vidro de 1 litro
Harmonização: Tomamos acompanhado de uma pizza (só comi a pizza depois de sentir bem o sabor da cerveja!)
Temperatura ideal: 0 a 5ºC
Degustada em: 24/11/2015

A cerveja que o Cassiano produziu tinha uma cor amarelada um pouco escura e turva. Ficava mais turva ainda no copo conforme aí se extinguindo o líquido da garrafa de 1 litro, devido as leveduras que estavam depositadas no fundo da garrafa. Mesmo mexendo o líquido na garrafa antes de colocar no copo, os últimos goles da garrafa ficavam mais evidentes as leveduras. A espuma formada no copo era branca, densa e persistente no copo. Percebi também pequenos pontos escurecidos na espuma formados pelas leveduras da cerveja. O aroma era bem característico de cerveja de trigo, mas na boca o sabor era um pouco diferente de uma Weiss tradicional. Era encorpado, quase nada adocicado e parecia uma mistura de duas cervejas colocadas no mesmo copo. Relatei ao Cassiano sobre isso e foi aí que ele me disse ter usado uma proporção menor de malte de trigo e maior de cevada. No sabor ainda senti um leve amargor proporcionado pelo lúpulo utilizado. Além disso, como havia cheirado o envelope do lúpulo, consegui identificar perfeitamente o aroma e sabor do lúpulo na cerveja. Conforme a cerveja ia ficando mais quente no copo, ia se intensificando o cheiro do álcool. Tomamos exatamente 2,3 litros da cerveja, eu e ele (as mulheres tomaram uns goles), e senti que fiquei um pouco alterado. Ele não sabe dizer ao certo a proporção alcoólica da cerveja, mas acredito estar acima de 6%. Sobre a carbonatação, diria que estava de média pra alta, mas na última garrafa me pareceu mais carbonatada que a primeira.
Um fato interessante foi o que minha mulher identificou ao dar um gole na cerveja. Quando ela bebeu relatou ter sentido um sabor meio caramelado. Aí fazendo este post fui buscar sobre o lúpulo e encontrei aquele perfil publicado acima, mostrando que o lúpulo tettnanger tem um aroma amadeirado e caramelado mais acentuado que outros aromas.

Avaliação final: Como a primeira cerveja feita por ele, posso dizer que está aprovada. Ele foi cuidadoso no processo de higienização e na produção, mesmo tendo poucos recursos em equipamentos. O sabor ficou bom e encorpado. A única crítica é que na verdade ele produziu uma cerveja própria, um pouco diferente dos padrões de uma cerveja de trigo tradicional que ele tentou fazer. Entretanto, não a desmerece! Tomaria mais! ;)

Para finalizar deixo aqui mais algumas fotos de nossos filhos nesta noite de degustação.

Óinn <3 <3... Brincando na caixinha do Victor.

Victor, tô di olho em ti menino!! >:( ... rsrs :P


Nenhum comentário:

Postar um comentário